Born in 1825 to Leonor Felippa dos Reis (a formerly enslaved Afro-Brazilian woman), Maria Firmina dos Reis sought to become a schoolteacher in 1847, although the law required teachers to be at least 25. She produced witnesses alleging that her real birthdate was March 11, 1822, that her baptism was delayed three years due to illness, and that she was in fact 25, not 22. (Some scholars view this document as a ploy, while others view it as legitimate evidence for an 1822 birth.)
Filha de Leonor Felippa dos Reis (uma mulher afro-brasileira que tinha sido escravizada), Maria Firmina dos Reis nasceu em 1825. Em 1847 decidiu ser professora, mesmo que a lei ditasse que professores precisavam ter pelo menos 25 anos. Ela produziu testemunhas que alegaram que sua data de nascimento verdadeira era 11 de março de 1822, que seu batismo tinha sido adiado por três anos devido a enfermidade, e que de fato ela tinha 25 anos, em vez de 22. (Alguns estudiosos enxergam este documento como artifício, enquanto outros o veem como prova legítima de que nasceu em 1822.)
This ad from May 16, 1860, announces the publication of Úrsula, describing it as “the debut of a talented maranhense woman.” Early ads for the novel used this pseudonym, but within a few months of the novel’s publication, Maranhão readers knew that Firmina was the author and praised her “great literary talent.” Firmina subsequently collaborated on a number of literary journals, and her work was well received.
Este anúncio de 16 de maio de 1860 anuncia a publicação de Úrsula, descrevendo o romance como “a estréa de uma talentosa maranhense”. Os primeiros anúncios usaram esse pseudônimo, mas dentro de alguns meses da publicação do romance, leitores maranhenses sabiam que Firmina era a escritora e elogiaram “os talentos e a habilidade da autora da Ursula”. Nos anos seguintes, Firmina colaborou com vários jornais literários e sua obra foi bem recebida.
In 1861, Firmina published “Gupeva,” a short story that recounts the ill-fated love between Épica, a Tupinambá woman living in Brazil, and Gastão, a French sailor who must soon return to Europe. This story resonates with the Indianismo movement of Brazil’s Romantic period and was republished with small adjustments in 1863 (and again in 1865, this time with more significant changes).
Em 1861, Firmina publicou “Gupeva”, um conto que narra o amor trágico entre Épica, uma mulher tupinambá morando no Brasil, e Gastão, um marinheiro francês, que logo voltará à Europa. Esta história ressoa com o movimento indianista do período romântico no Brasil e foi republicado com ajustes pequenos em 1863 (e novamente em 1865, esta vez com mudanças mais significativas).
To commemorate the abolition of slavery in Brazil on May 13, 1888, Firmina composed the words and melody for her
Para comemorar a abolição da escravidão no Brasil em 13 de maio de 1888, Firmina compôs as palavras e a melodia para seu “Hino à liberdade dos escravos”, que foi cantado por alunas e alunos em Guimarães durante décadas e que contém estas palavras: “Quebrou-se enfim a cadeia / Da nefanda Escravidão! / Aqueles que antes oprimias, / Hoje terás como irmão!”
This state record from August 16, 1847, notes Firmina’s appointment as the “primary schoolteacher for the feminine sex” in Guimarães. To celebrate, her mother hired a palanquin (litter) to transport Firmina to receive her diploma. She refused, affirming that “black people aren’t animals to be ridden.” Years later, a former student recalled that Firmina “was energetic, spoke softly, did not apply corporal punishments, did not scold: she counseled.” In 1880, Firmina founded the region’s first mixed-gender school, open to all—regardless of ability to pay.
Este relatório estadual de 16 de agosto de 1847 registra a nomeação de Maria Firmina “para Professora de primeiras lettras do sexo feminino da Villa de Guimarães”. Para celebrar, sua mãe pagou por um palanquim para transportar Firmina para receber sua nomeação. Ela recusou, afirmando que “negro não é animal para se andar montado nele”. Anos depois, uma ex-aluna lembrou que “Mestra Maria Firmina era enérgica, falava baixo, não aplicava castigos corporais, não ralhava: aconselhava”. Em 1880, Firmina fundou a primeira escola mista da região, aberta a todos independente das condições financeiras.
Despite plans for an 1859 release (as the book’s title page shows), Firmina published Úrsula in early 1860 under a pseudonym, thereby becoming Brazil’s first female—and first black female—novelist. In 1975, Horácio de Almeida published a facsimile version of the original, which contains moving narrations by enslaved and free black characters. Though forgotten for many years, today Úrsula stands as an indispensable work of Brazilian literature, and Firmina is hailed as a pioneering writer of Brazilian and Afro-Brazilian literature.
Apesar de ter planejado o lançamento para 1859 (como consta na página de rosto do romance), Firmina publicou Úrsula no início de 1860 sob um pseudônimo, assim tornando-se a primeira mulher – e a primeira mulher negra – a escrever um romance no Brasil. Em 1975, Horácio de Almeida publicou uma versão facsimilar do texto original, que contém narrações marcantes por personagens negros (escravizados e livres). Apesar de ser esquecido durante muitos anos, hoje Úrsula é reconhecido como obra fundamental da literatura brasileira, e Firmina é reconhecida como escritora pioneira da literatura brasileira e afro-brasileira.
In 1860, Firmina published a poem signed with her initials (M. F. R.)—one of the first poems known to identify her as a poet in a career spanning more than five decades. By 1861, her poetic abilities were well known and were praised as reflecting “an imagination full of life.” The poem shown here (entitled “A Tear”) appeared in O Paiz on March 17, 1885, and reflects the intense grief Firmina feels after the death of a dear friend.
Em 1860, Firmina publicou um poema assinada com suas iniciais (M. F. R.) – um dos primeiros poemas a identificá-la como poeta em uma carreira que se estendeu durante mais de cinco décadas. Em 1861, suas habilidades poéticas eram conhecidas e foram elogiadas como evidências de “uma imaginação cheia de vivacidade”. O poema mostrado aqui (que se intitula “Uma lágrima”) apareceu em O Paiz em 17 de março de 1885 e reflete a profunda tristeza que Firmina sente após a morte de uma grande amiga.
A lifelong abolitionist, in 1887 Firmina published “A escrava” [The Slave Woman], a wrenching story that narrates the plight of an enslaved mother cruelly separated from her children. In it Firmina calls unequivocally for abolition, asserting that slavery is “the vulture that constantly corrodes” society and “the canker that destroys it.”
Abolicionista durante toda a sua vida, em 1887 Firmina publicou “A escrava”, uma história comovente que narra a situação de uma mãe escravizada cruelmente separada de seus filhos. Neste conto, Firmina reivindica a necessidade da abolição, afirmando que em relação à sociedade, a escravidão é “o abutre que a corroe constantemente!”